“Gosto dos venenos mais
lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias mais
insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes... tenho
um apetite voraz e os delírios mais loucos. Você pode até me empurra de um
penhasco que eu vu dizer:- E daí? Eu
adoro voar! Não me deem fórmulas certas, por que eu não espero acertar
sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração.
Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente
sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar
de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para
sempre.” Clarice Lispector
Eu não tenho um nome. Meu
desafio sempre se consistiu em buscar a mim, mas não partir de mim mesma, mas a
partir de você!
Quando te olhei nos olhos a
primeira vez senti um vento acolhedor que me envolvia tão depressa que me fez sentir medo! Não aquele medo, que todos nos conhecemos, em que a gente olha e sente um
frio, as mãos suadas, uns calafrios... era algo bem mais subjetivo, bem mais diferente do
medo habitual. Era um frio da alma, não do corpo.
E nessa tentativa de me descobrir,
eu te encontrei enquanto você tentava esquecer um outro alguém e de repente o
amor nos inundou como num navio muito pesado naufragando, mas nosso naufrágio
era ao contrário, não era para o fundo, era para o ar.... O suicídio do homem
sempre é para as profundezas... dos peixes são para o céu. Queria ser como um peixe, e
poder morrer subindo, flutuando no céu.... e não caindo nas profundezas...
Não quero dizer que nosso amor
foi como morte, ao contrário, ele nos trouxe uma vida que os outros não estão
acostumados a ver! E quando, vira e mexe olho pra você, tentando não sentir
essa paixão que tenho agora, igual quando te vi a primeira vez, sinto que de fato quero esquecer esse amor, que me fez bem. Eu não nasci pra me sentir bem, eu não
nasci pra ser feliz, nem pra me encontrar! Você fez me ver, e eu... sumi,
me escondi na concha que outrora era o melhor caminho... mas insistente, você
foi lá, cutucou e cutucou e eu tive de sair e me mostrar! Não pense que foi uma
saída fácil, ao contrário, encontrei monstros e fantasmas horríveis...
SOBREVIVI!
Quero apenas que saibas, meu
bem, que esse suicídio ao contrário, tal qual como os peixes fazem, me fez
ressuscitar da forma reversa... pois eu sou uma viva – morta!!!
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