Nesse
dia... em que a poesia não faz sentido nenhum, ouvi tua voz ao longe. Como se
eu não estivesse ali. E aprendi muito com o meu silencio. Não tive angustia,
nem rancor... senti náusea.
A
tua presença me parecia mais interessante acompanhada de chá quente. Muito mais
que agora, neste botequim cheirando a velhice, ao lado de um copo de whisky.
Parei de ouvir a tua voz e passei a perceber teu jeito meio absurdo de
tagarelar sem parar, enquanto me divertia com lenços de papel.
Como
deixaste de ser interessante!
Sempre
o mesmo jeito esbanjador e espaçoso... Aprendi te deixar falar. Agora,
concordando com tudo, e discordando de absolutamente tudo no meu intimo. Se
antes concordava de coração aberto e livre, hoje concordo te achando um idiota,
e eu meio medíocre.
Não
me senti mal depois de todos esses anos.
Finalmente
tua presença parou de ser um peso na minha vida.
Cansei
de todos os teus achismos sobre si mesmo... e é uma pena que não se veja, nem
mesmo quando é posto bem a frente de ti um espelho! Não sinto pena, não sinto
raiva. Somente essa náusea que me deixa triste por amar alguém assim de um modo
tão entediante.
Nesse
dia, ouvindo teu rosto e vendo meu silencio, te encontrei e te esqueci.
Abri
os olhos para ver com o terceiro olho, o olho da razão, o que nem de longe me
faz falta!
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