sábado, 27 de abril de 2013

É o que temos: Bárbara Eugênia

A melhor cantora da atualidade com musicas que valorizam sua voz autentica e sublime... é o que  temos pra falar do novo álbum de Barbara Eugênia, que traz um título irônico, que mistura um quê de  "se gostar ótimo, senão paciência". Mostra, e consegue, um tom despojado e leve misturados com a voz rouca e suave de Barbara que dão a liga para o que temos de melhor: Boa música!!! (Mundo de coisas confusas a respeito do mundo musicado de Barbara)

A seguir, uma resenha do disco retirada do site Monkey Buzz.
Link: Monkey Buzz



Três anos depois do pontapé melancólico iniciado com o disco Journal de BAD, lançado oficialmente em 2010 e envolto numa carga sentimental enraizada em reflexões dolorosas, o retorno de Bárbara Eugênia com É O Que Temos opta por um viés positivo, ainda que agregado a um título de interpretação dúbia. No entanto, a cantora original de Niterói e de histórico nômade vem munida de um belo sorriso de canto gratuito, e agora mostra saber porque nem todos os dias são de sol. E tudo bem se tudo seguir assim.
Trazendo produção de Edgard Scandurra e Clayton Martins (da Cidadão Instigado), Bárbara promove suas baladas românticas através de letras que variam entre a paixão plena, a falta da mesma e até o meio termo entre os extremos. A cantora vem flexível e traduz como os cotidianos amorosos funcionam também longe das escritas poéticas de uma composição, uma rotina musicada que não pede licença pra ser como é: Cambaleando de forma frequente entre o drama existencial e o realismo intríseco.
Eugênia traz em sua nova fase, referências locais que são facilmente assimiláveis, como o último lançamento de Céu, Caravana Sereia Bloom, e também transpõe-se a vertentes setentistas, que facilmente são notadas em diferentes momentos de seu segundo registro. A própria estica-se até a sensualidade velada que ressoa do projeto paralelo Les Provocateurs junto a Scandurra, entoando traços da sedução lírica de Serge Gainsborug em sua própria interpretação abrasileirada mesmo que trazida em versos franceses.
Se em Coração não há mais solidão, na versão adaptada de Porque brigamos (I Am...I Said) meio Jovem Guarda de Rossini Pinto e Diana, meio Neil Diamond de 72, os teclados e o arranjo plenamente embebido da música brega ressoam a carência em um hino bailado e simples dançado a dois. As confissões expostas de Roupa Suja com a participação de Pélico trazem saudades do disco Que Isso Fique Entre Nós, um material que transita na mesma rodovia da carioca. Mesmo poliglota entre o Folk semi-acústico inglês (I Wonder) e a psicodelia sofrida em francês (Jusqu´à la mort), a cantora mostra instinto safo e segue coesa ao seu ideal de que no final tudo acaba bem. Ou pelo menos deveria.
Já aquietada em São Paulo, a musicista resume em suas onze composições pinceladas de pontos altos e baixos da vida de uma incorrigível romântica, que divide seus ávidos pensamentos irracionais com o bate-ponto e cumpre-aviso da vida adulta de uma maneira sublime e nada caricata. Tais medidas dão a devida vazão buscada, provando que agora é o momento exato para a ascenção da cantora em sua carreira.



Agora, pra você que quer ouvir o álbum, eis o link para download grátis: 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Nesse dia


Nesse dia... em que a poesia não faz sentido nenhum, ouvi tua voz ao longe. Como se eu não estivesse ali. E aprendi muito com o meu silencio. Não tive angustia, nem rancor... senti náusea.
A tua presença me parecia mais interessante acompanhada de chá quente. Muito mais que agora, neste botequim cheirando a velhice, ao lado de um copo de whisky. Parei de ouvir a tua voz e passei a perceber teu jeito meio absurdo de tagarelar sem parar, enquanto me divertia com lenços de papel.
Como deixaste de ser interessante!
Sempre o mesmo jeito esbanjador e espaçoso... Aprendi te deixar falar. Agora, concordando com tudo, e discordando de absolutamente tudo no meu intimo. Se antes concordava de coração aberto e livre, hoje concordo te achando um idiota, e eu meio medíocre.
Não me senti mal depois de todos esses anos.
Finalmente tua presença parou de ser um peso na minha vida.
Cansei de todos os teus achismos sobre si mesmo... e é uma pena que não se veja, nem mesmo quando é posto bem a frente de ti um espelho! Não sinto pena, não sinto raiva. Somente essa náusea que me deixa triste por amar alguém assim de um modo tão entediante.
Nesse dia, ouvindo teu rosto e vendo meu silencio, te encontrei e te esqueci.
Abri os olhos para ver com o terceiro olho, o olho da razão, o que nem de longe me faz falta!