terça-feira, 6 de agosto de 2013

O cheiro que senti no corredor hoje cedo

Passando pelo corredor, hoje cedo, senti  aquele cheiro habitual do cotidiano. Dos dias que pareciam os mesmos, das horas que  passavam depressa, e do amor que demonstrávamos apesar... 
Senti com aquele odor que exalava por toda aquela extensão de corredor, as juras sinceras, os abraços apertados e aqueles que eram, as vezes, mais de leve, num compromisso de só sentirmos aquela presença de todos os dias... 
Ao sentir aquela essência de ser, vi tua presença e me abracei nas lembranças, e fiquei a vagar pelo corredor de um lado a outro...
Vivenciei as nossas conversas nos fins de tarde, e senti aquela brisa gostosa que só sentia ao teu lado. Pressenti teus braços me envolvendo, com a precisão de uma proteção - quase fraternal - e me envolvi pelo arrepio da tua ausência.
Passando pelo corredor, de lado a outro, tentei te perceber de volta, juntamente com aquele cheiro habitual de todas as manhãs, com a brisa quente do café de logo cedo, da luz batendo no teu rosto, e aquele modo lindo de me olhar de relance e sorrir com os olhos, de me beijar com palavras de afeto, e me tocar de uma maneira tão sublime e magnífica...
Passando pelo corredor, hoje cedo, senti  a tua essência de felicidade ainda entranhada nas coisas, naquilo tudo que deixaste pra mim, sem me dar a oportunidade de esquecer, nem que fosse por um minuto sequer...

Pra guardar esse momento, mais que um bocadinho, imersa nas minhas lembranças, sentei no corredor e fiquei a chorar baixinho, sentindo suas mãos enxugarem as minhas lágrimas.