sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Bifurcação do meu ser.





Para Você!
Amor, amante... minha essência bifurcação do meu ser.








Já sei o que tu és.... 
Acabei de classificar: és uma bifurcação de mim! Um eu que nem sabia que existia.... 
Tu és o meu reflexo no espelho, reverso e semelhante ao mesmo tempo!!!
Por isso não podemos viver um sem o outro, pois somos uma dobra de um ser, não o ser habitual que se refere ao ente, mas uma busca do ser dos entes, como algo que continua sendo, que se manifesta e se vela!
Sempre foste um mistério pra mim!
Quando te vejo, leio seu olhar como palavras que me respondem e logo me perguntam quem sou.... O que sou afinal se não tu! E tu me és, meu mistério.
Somos o complementar!
Suponhamos que eu seja a tua essência e tu sejas a minha, e vivamos no eterno jogo da aparência e essência, longe daquilo que nos completa: Nós mesmos!

Amanda Ariana.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Lembrar de ti

Bebi, amor.
Bebi pra me lembrar de te esquecer.
De te perder de mim
De me libertar da vida-amor.
Há vida naquela habitual certeza de te querer.
Querer. Te esqueci.
De me perder de ti.
Embriagada da ebriedade do amor
Que me deste e me entregaste de alma e espírito.
Bebi o amor.
Bebi pra me lembrar que te esqueci.
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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Sr.ª A.


As vezes tenho a necessidade de olhar para o nada, para ver se reconheço o Nada... o Nada na sua mais plena ausência, na sua completa falta de existência.
Ainda não aprendi a entender a falta de algo, não aprendi a me encontrar na completa ausência... talvez seja essa a explicação de ter passado tantas noites em claro! A possibilidade de encontrar o grande Nada, que é o sono, me amedronta de tal forma, que  decidi, na inconsciência de mim mesma não dormir!
Outro dia me peguei pensando em controlar meus sonhos, mas ai, eis a grande questão da minha existência: não entender nem tentar controlar.
Minha vida é o grande mistério, é o mito, é o inesperado, o incalculável, o infinito das estrelas em suas infinitas galáxias. Desfazer-me de tudo isso seria como a morte... esta sou eu, a Sr.ª A. A mulher das questões, que não encontra um sentido, apesar de as vezes achar que havia encontrado.
No emaranhado das duvidas, dos receios correntes, das interrogações, eu me nego e tão logo me nadifico, torno o Nada o grande ser que habita dentro da casca de Sr.ª A. Este ser necessita, pois, que permaneça na imensa plenitude do que se faz Nada. O Nada... o vazio, o obscuro, serei eternamente ser, indo.... grande questão!



A hora de viver é tão infernalmente inexpressiva que é o nada. Aquilo que eu chamava de ""nada" era no entanto tão colocado a mim que me era... eu? e portanto se tornava invisível, e tornava-se o nada. As porta como sempre continuavam a se abrir." 
Clarice Lispector - A Paixão segundo G.H.

sábado, 6 de outubro de 2012

O suicídio dos peixes.


Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes... tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. Você pode até me empurra de um penhasco que eu vu dizer:- E daí? Eu  adoro voar! Não me deem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre.” Clarice Lispector

Eu não tenho um nome. Meu desafio sempre se consistiu em buscar a mim, mas não partir de mim mesma, mas a partir de você!
Quando te olhei nos olhos a primeira vez senti um vento acolhedor que me envolvia tão depressa que me fez sentir medo! Não aquele medo, que todos nos conhecemos, em que a gente olha e sente um frio, as mãos suadas, uns calafrios... era algo bem mais subjetivo, bem mais diferente do medo habitual. Era um frio da alma, não do corpo.
E nessa tentativa de me descobrir, eu te encontrei enquanto você tentava esquecer um outro alguém e de repente o amor nos inundou como num navio muito pesado naufragando, mas nosso naufrágio era ao contrário, não era para o fundo, era para o ar.... O suicídio do homem sempre é para as profundezas... dos peixes são para o céu. Queria ser como um peixe, e poder morrer subindo, flutuando no céu.... e não caindo nas profundezas...
Não quero dizer que nosso amor foi como morte, ao contrário, ele nos trouxe uma vida que os outros não estão acostumados a ver! E quando, vira e mexe olho pra você, tentando não sentir essa paixão que tenho agora, igual quando te vi a primeira vez, sinto que de fato quero esquecer esse amor, que me fez bem. Eu não nasci pra me sentir bem, eu não nasci pra ser feliz, nem pra me encontrar! Você fez me ver, e eu... sumi, me escondi na concha que outrora era o melhor caminho... mas insistente, você foi lá, cutucou e cutucou e eu tive de sair e me mostrar! Não pense que foi uma saída fácil, ao contrário, encontrei monstros e fantasmas horríveis... SOBREVIVI!
Quero apenas que saibas, meu bem, que esse suicídio ao contrário, tal qual como os peixes fazem, me fez ressuscitar da forma reversa... pois eu sou uma viva – morta!!!

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Não Tenho.


Não, eu não fiz nada pra merecer isso... nada que você diga vai fazer eu esquecer.. quando estamos frente a frente com os nossos monstros, dizem que é mais fácil lidar! Comigo não foi bem assim... as paredes pareciam me engolir e o aviso de incêndio que derretia naquela parede me fez entrar em desespero!
Tentei fugir, tentei sumir, tentei olhar o céu, sentir as gotas da chuva, o sol que batia em meu rosto todas as manhãs... eu não fiz nada disso e não vou te perdoar, não vou me perdoar? Te perdoar, me perdoar, chegar, achar.... VIDA!
A vida que levei se foi, hoje levo outra que meu coração não sabe ao certo se é verdadeira!
Essa noite tive um sonho/pesadelo, e sonhando pesado vi que não havia dormido, caminhei num caminho turvo e diferente do habitual... aqueles gritos, aquele pavor... o que é o medo???
Certamente você talvez não saiba o que eu fiz para perder o que me causava desespero... não,  eu não vou esquecer... Dizem que quando uma ferida está aberta e ela não cicatriza, o sinal é de que você está doente... não me sinto doente, mas há uma ferida corrosiva que me adentra sem espaço pro AMOR!
O amor que eu vivi está longe agora, e se tudo que escrevo hoje nessa conotação medíocre não houver uma só pessoa que a veja, pouco importa... meus fantasmas e monstros morrerão e ninguém.... ninguém morrerá comigo!
Acho que estou com sono.
A cama nunca esteve tão fria... um vazio que sinto mesmo quando estou perto de encontrar um caminho confortador. Aquela simplicidade que via, agora está distante... não pareço compreensível, não pareço estar em mim!
Esse lugar é pior que a cadeia... se entra e se perde! Os escritos nas paredes sempre me ajudam a encontrar um refúgio que é só meu!
A água que por ora batia no telhado secou... não tenho sentimentos, não tenho amor...
Não tenho.
A quem eu quero esquecer.


"O buraco do espelho está fechado
Agora eu tenho que ficar aqui
com um olho aberto e outro acordado
no lado de lá onde eu caí
Por lado de cá não tem acesso
Mesmo que me chamem pelo nome
mesmo que admitam meu regresso
toda vez que eu vou a porta some
a  janela some na parede
a palavra de água se dissolve
na palavra sede, a boca cede
antes de falar, e não se ouve
Já tentei dormir a noite inteira
quatro, cinco, seis da madrugada
Vou ficar ali nessa cadeira
uma orelha alerta, outra ligada
O buraco do espelho está fechado
agora eu tenho que ficar agora
fui pelo abandono abandonado
aqui dentro do lado de fora."
O Buraco do Espelho - Arnaldo Antunes.



quinta-feira, 13 de setembro de 2012

E se não houvesse amor?


Errado seria se não houvesse amor... se aquilo tudo que um dia te disse fosse mentira deslavada... Talvez hoje acho isso possível! Pois ao olhar o sorriso que outrora me fazia levitar, não sinto meu coração como era quando olhava-os! Mas tudo que eu faço é por amor e por amar demais, ou amar a mais é que meus erros fazem aparecer!
Na madrugada, que nem sempre é tão fria, meu corpo estremeceu... mas não é mais pensando em ti como habitualmente havia me acostumando... Aquele tremor de mãos e suores a flor da pele pertencem a quem nem mesmo sabe do nosso amor... É, amor!!!!
Eu amo você como a certeza de que todas as estações tem fim e que as vezes o ano tem mais dias e outros não, que fica num zigue-zaguear inconstante como a vida que escolhi compartilhar e te levar comigo!!! Seus olhares meio que “abertamente” e muito mais inconsequente me fizeram ir além do que poderia te dar... e lá se foi meu coração atrás do que não dava pé, e me ferrei! Isto é que vai ser o certo: trocar o grande amor, por uma aventura desventurada em que no raiar do sol o encantamento se esvai com o luar, não me parece tão oportuno continuar!!!
Acho que as quatro caixas de cerveja e meus cinco maços de cigarro não me fizeram bem!
Me sinto confusa e acho que estou sendo agora... as pessoas que vi hoje me deram nojo... eram limpas e cheirosas, pareciam felizes... mas parece que a felicidade não cabe mais aqui dentro de mim, entende... seu sorriso já não me alegra mais, fui clara???
Bem, acho que não estou sendo... vou deitar e dormir pra levitar com os cantos dos passarinhos! Sim, eles já cantam... nem percebi que nessa conversa a sós o dia lá fora vem... vai-te logo, pois o encanto está indo!!!
Feche a porta e me deixe um cigarro.... quero lembrar dos sublimes momentos a sós comigo mesma!


“Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada"
Clarice Lispector

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Entre um café e você.


Nem que eu veja sua xícara de café cheia e seu cigarro a se apagar vai fazer eu esquecer aquele olhar puro e verdadeiro que me lançaste naquele fim de tarde risonho... era a felicidade batendo a porta e eu senti preguiça de ir lá, por que meu cigarro estava no inicio e minha carteira no fim, bem como nossos sonhos... Os olhos, eu sinto falta deles... e daquele cheiro habitual que exalávamos todas as vezes em que conversávamos... eram nossas salivas, nossos suores, nossas lágrimas, mesmo que estas não caíssem, que se misturavam ao ar de forma sublime e incrivelmente calma.
Apesar de as vezes ter surgido um certo desespero ante ao que aconteceu conosco... pareço um tanto desconexa? Me sinto assim ao lembrar de ti, e me ver só... aquela xícara de café cheia, ainda está aqui... hoje uma barata ou duas veio visita-la, preferi deixa-la no mesmo canto da sala, pra preservar você, pra preservar seu olhar, mesmo que ausente.... Onde foste, que não havia mais lugar pra mim???
O café estava gelado, e o cigarro quente!!!


p.s.: sim, é pra você!!!


"Porque você não passa por aqui 
Pra gente fumar mil cigarros?"

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Não é você!


Se eu escrevo para você? Quem disse? Muita pretensão de sua parte!!!
Eu escrevo para o amor, para poesia, para arte que brota em mim!
Agora mesmo, minha inspiração veio ao urinar... pensei nisso agora e não urinei pensando em você, pois não faz mais parte da minha vida, nem das minhas necessidades!
Nunca escrevi poemas a amores perdidos, escrevo para amores que estão na minha vida. Crio um passado dramático, uma estória triste de desamor, é verdade, e que me enchem os olhos pela dor, mas é fictícia!
Nunca escrevi uma sílaba para você, nunca! Quando pensava em escrever algo ficava muito clichê, ou piegas, ou ridículo mesmo... o “amor’’ que você diz ter me dado jamais me inspirou em nada... nem antes, quiçá agora!!!
Por que o que escrevo não é algo que se faça de recado à alguém, nem uma raiva que não existe, nem um amor que aconteceu, é uma criação proporcionada pela minha criatividade e só!
Não há lugar nem hora para minha inspiração maluca aparecer, nem escolho as palavras que vou escrever, palavras, as quais me fazem escrever como se já estivessem decoradas...
Talvez as palavras que digo hoje, sejam as que queria dizer no passado ou não.. quem se importa? A vida do poeta não tem relevância... não escrevo para você, não escrevo para ele, não escrevo para ela.... escrevo para minha poesia, por mim, para mim, para o meu amor!

sábado, 16 de junho de 2012

Saudade do amor tranquilo.


Depois de te perder
Te encontro, com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada;
Nada aconteceu.
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.
Chico Buarque.

Hoje lembrei de você.. daquela época em que a poesia se fazia presente em nossas vidas, da musica que tocava em nossos ouvidos todas as vezes que nossos corpos se encontravam... e senti saudade!
Saudade daquele amor juvenil e verdadeiro que aquecia nossos corações, das descobertas que tínhamos um com outro... juro que pensei que seria eterno...que teria a eternidade de poder viajar no seu corpo e ouvir seus sussurros de prazer, de ouvir você dizer ‘’te amo” e me arrepiar o pescoço, de rir da minha cara de apaixonada e me abraçar dizendo “você é minha, pra sempre!”
Lembro daquele medo inacreditável de te perder e que eu fazia de tudo pra que você não percebesse... sem perceber que te perdia pouco a pouco, no tempo...
As memórias que ficaram foram de um amor tranquilo, que saltava a minha emoção! Era realmente muito bom te amar e sentir que nos pertencíamos...
Um dia sem razão tudo acabou!
Quase enlouqueci... a saudade me apertava o coração, minhas lágrimas já não tinham hora para cair, meu desespero reverberava por todos os lugares em que passava! Senti a sua falta como para quem falta um pedaço do corpo...
Hoje não há mais isto, tornou-se um passado gostoso de lembrar, mas que causa um apertinho no coração, pois ainda há a saudade... saudade boa e má!
Esse amor, que te falei ser eterno, permanecerá em mim sempre, as lembranças daquele amor, daquele olhar, daquele desafio que era ter com você, ter sua poesia escrita em mim!!!
Eu ainda te amo...
Eternamente!!!

Amanda Ariana.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Carta Anônima


Sabe de uma coisa?
Eu, apesar de você pouco me conhecer, e eu a você, em algum momento, talvez para o senso comum, seja digno um encontro casual! É verdade! Foi sorte de ter lhe visto naquela sala, e podido trocar algumas palavras contigo, e gostei da maneira de você ver as coisas: o existencialismo. Espero que ainda seja fã de Sartre!
No mais, existem traços nas pessoas que ficam. E em você os seus óculos ficaram, aquela armadura preta cobrindo o seu rosto delgado branquiçado. Descupe falar assim, mas não me leve a mal. Eu não posso descrever o que penso em mensagens como esta. E o que penso voltam quando leio as tuas postagens no teu blog que, perdoe a curiosidade, eu não contive. Se vem pensamentos, voltam lembranças do dia naquele ônibus em que você me reconheceu. Como, não poderia ter te reconhecido? Era a mesma! E talvez mais que os meus olhos não puderam ver.
Hoje, vendo você digitalizada transpassada numa foto no monitor, é difícil ter sequer imaginado que um dia eu te conheci, mesmo que por segundos. É duro, e ainda mais porque pensei se lhe mandava esta mensagem. Naquele dia, em que vi você no msn, tentei mas não sei o que aconteceu e não pude continuar a conversa. Então como última saída, cá esta ela que a dou. E era isso. 
Você poderá fazer o que quiser com estas palavras, afinal são de um estranho, que vão e passam ao correr da vida. E eu estou a escrever por causa disso, e para praticar meu português. Se a primeira razão não for boa, fique com a segunda, é mais racional.
Nasceu uma bola na minha sobrancelha, acredita? Acho que é um tumor, pois hoje cedo fez reduzir a pálpebra. Fiquei de cama e se não contassem a alguém, seria a derradeira coisa que faria, morreria antes de saber que eu desejava escrever uma carta para você. É verdade, a temática da morte, tanto explorada pelos dramas dos romances. E por isso digo que foi legal te conhecer como um estranho, claro. É por isso que te desejo um:
Fique feliz, estranha!
Adeus!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ao Coletivo Kamikaze!

[...]Na aldeia de ferro que semeia pedra, somos sós, somos todos inelutavelmente sós, [pós-(?)] moderno é terrivelmente só (ou você nunca sentiu a "apunhalada"  de que fala Baudelaire? Ou nunca esteve fora da roda como "a dama da noite"?) O romance, como gênero literário da modernidade, é uma prova disso, basta lembrarmos das palavras de Walter Benjamim: "A origem do romance é um indivíduo isolado que não pode mais falar exemplarmente sobre suas preocupações mais importantes e que não recebe conselhos e nem sabe dá-los."

a escrita é uma experiência solitária, devemos, portanto, guardar o que escrevemos num baú ou queimar tudo?

Acreditamos que não, acreditamos que necessitamos da expressão e comunicação Libertária, sem nos preocuparmos com o juízo de valor, sem nos preocuparmos com se ferimos morais ou convicções quaisquer que sejam, sem nos preocuparmos com a crítica, até por que, para haver critica, é preciso que alguém ouça o nosso grito. Melhor gritar e ser ouvido, ainda que desagradando, incomodando, do que permanecer eunucamente mudo e servil.

Nós não temos grandes pretensões, só queremos cantar, pouco importa se saímos do tom (o essencial é querer cantar), pois é exatamente como diz Oscar Wilde: "Todos estamos na sarjeta, mas alguns de nós preferem olhar as estrelas." 

Assim, te convidamos (tu que estás te dispondo a ler isto neste momento) a fazer o mesmo. Somos todos cantores, basta ter pulmões e querer cantar.

Canta, Berra, Escarra, Vomita, Esporra, Regurgita tuas neuroses...

Francisco Ewerton dos Santos
Reinaldo Guaxe.

terça-feira, 12 de junho de 2012

O desamor e o sabor de amar.

Quando desejamos realmente o amor
Acabamos sempre por encontrá-lo a nossa espera!
Oscar Wilde
Acho que desamar é mais fácil que amar... Desamar se deixa tudo e vive para si... se ama a si mesmo e se não está bom, se reclama e não há discussão já que haverá concordância...
Amar, em contra partida, é um desafio! Perde-se as próprias vontades e abre-se mão para as vontades do outro... Esquecesse-se o que amamos fazer para amar fazer o que o outro quer... ou o que o outro necessita!
Não vou falar aqui que amar é só perder, já que o amor traz o aconchego e a companhia de quem se quer... Amar “é querer estar preso por vontade”, já dizia Camões.
Desamar pode ser mais fácil, como disse a principio, mas o amor recompensa todas as facilidades da solteirice! Pergunte a qualquer um que está no auge do amor se quer  abandoná-lo?!
Há, é fato, “amores” que fazem mal, pelo ciúme, pelas cobranças demasiadas, pela infantilidade e inúmeras coisas que fazem parte do processo de desamor, pessoas estas que  não percebem que estão no caminho inverso... no caminho do desamor!
Vamos ver o que é amor?
Amar, é viver e sentir a vida, o sabor do amor é doce com um toque de amargo feito um chocolate! O amor não se define; Sente-se.
Se amar, e amar é bom, não há porque querer o desamor... que parece até um dessabor...

Amanda Ariana.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Sorrir... por nada!


Hoje o sol nasceu com mais luz habitual...
Também a noite foi menos fria e menos solitária...
Os sonhos voltaram finalmente...
Talvez por isso hoje sorri...
Sorri por... nada!
Sorri simplesmente!
Senti que já não sou EU...
Mas, também, nos nunca somos nós...
Somos sempre o que querem que nos sejamos!...
Assim...
nada como um sorriso franco, modesto, puro...
...para nos alegrar o dia!...




Conto de mim mesma


Não tenho sonhos. Aliás, acho que nunca os tive, pois nasci em um lugar hostil que me tornou uma pessoa vazia.
Na infância já sabia o que era a dor e nunca sorri com a felicidade que achei que merecesse. Talvez eu pareça um tanto dramática para a vida, porém sei as limitações de cada pessoa, apesar de achar que merecesse algo mais, ou algo menos?
Também não lembro de ter grandes amizades e me sentir completa com as amizades que tinha, talvez seja vazia demais para completar as pessoas e elas tenham certa aversão. Não quero ser aqui, aquela que tentou ser e não foi, aquela que disse ser e não era... queria ser mas o ser não habitava em mim. Nunca habitou!
Nesse meio tempo em que a aprendizagem fugiu de mim, em que a felicidade escapou, como escapa para quem não a merece, me questiono o por que de ela nunca ter me servido.
Nada que eu faça me completa, nada que me completa de fato me faz ser, o ser que não existe em mim... sinto falta do ser.
Conto de mim mesma, o que não sei dizer... o que me salta aos olhos é ver o sofrimento na sua forma mais perfeitamente sublime em meu ser... Talvez esta não seja eu, talvez essa seja você...

Samanta Fischer.

terça-feira, 8 de maio de 2012

As mãos

Suas doces e brancas mãos, que eu tenho o prazer de contemplar, que me fazem meio que quase lamentar o fato de não serem minhas... Esses dedos, ligeiramente longos, extremamente finos e obsessivamente lindos... como se ao contempla-la minha vida fizesse um sentido, como se observá-la fosse quase como um caminho, um destino, o qual eu seria eternamente escravo por examiná-la  com claridade alta ou na penumbra... Em alguns momentos chego a sonhar com elas, esses lindos dedos, a me tocar a pele, a acariciar meus cabelos, a passar lenta e suavemente por meu rosto... Não ouço sua voz... não conheço sua voz... apenas quero poder ter essas mãos, para exibi-la como um lindo troféu, em que a qualquer hora poderia ir e simplesmente contemplar, sem ser interrompido!!!
Em desejos mais escabrosos já imaginei cortá-la fora e empalha-la para mim, mas imaginei que fora de sua dona elas perderiam totalmente seu aspecto corado e liso, com que a fazem ainda mais linda... O necessário seria possuir quem as tem, e torna-la escrava de meus desejos eternamente. Porém, não posso fazer isto, até por que não conheço a dona dessas mãos, não a reconheceria lhe olhando nos olhos, contemplando seus cabelos, seu corpo, ela toda... eu não a vejo, eu simplesmente vejo as mãos... As mãos hipnotizantes que me causam um delírio sem fim... uma paixão, uma obsessão... um tremor, como se fosse uma dependência... Eu amo essas mãos, eu as venero... As mãos.


"Enquanto escrever e falar vou ter que fingir que alguém está me segurando a mão.
Oh pelo menos no começo, só no começo. Logo que puder dispensá-la, irei sozinha. Por enquanto segurar esta tua mão - mesmo que não consiga inventar teu rosto e teus olhos e tua boca. Mas embora decepada.], esta mão não me assusta. A invenção dela vem de tal ideia de amor como se a mão estivesse realmente ligada a um corpo que se não vejo, é por incapacidade de amar mais. Não estou a altura de imaginar uma pessoa inteira porque não sou uma pessoa inteira." Clarice Lispector em "A Paixão segundo G.H."

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Jean - Paul Sartre

Minha paixão por Sartre é antiga... Acredito ter lido a primeira vez algo sobre esse grande e magnífico filósofo quando ainda tinha 17 anos.
Meu namorado diz que eu como seus livros com farinha e acredito ser bem verdade! Eu o amo e levo o existencialismo como forma de vida... queria ser a musa existencialista! Mas não sou, infelizmente! 
Vou postar um fragmento do livro dele "A Náusea", pois estou radiante pelo fato de o te-lo agora... não para mim, para exibi-lo na minha prateleira como troféu, mas para o deleite de minha leitura, o que já esta de bom tamanho por hora, pois procurava este livro desde quando li sobre Sartre a primeira vez, lá mesmo, aos 17... Portanto, transcreverei a primeira parte do livro... boa leitura, para quem de repente o ler!!!



FOLHA SEM DATA

    O melhor seria escrever os acontecimentos dia a dia. Fazer um diário para os considerar clareza. Não deixar escapar as diferenças de pormenor, os fatos miúdos, mesmo quando parecem insignificantes, e sobretudo ordená-los. Tenho de dizer como é que vejo esta mesa, a rua, as pessoas, a minha bolsa de tabaco, visto que foi isso que mudou. Tenho de determinar exatamente a extensão e a natureza dessa mudança.
     Por exemplo, tenho aqui uma caixa de cartolina que contém o meu frasco de tinta.Devia tentar dizer como é que a via antes e como é que agora a... Pois bem! É um paralelepípedo reto, sobressai dum fundo... Que tolice! Não há nada a dizer dela. É isto que é preciso evitar; é preciso não achar estranho o que não tem estranheza nenhuma. É este o perigo, creio eu, quando se faz um diário: exagera-se tudo, espia-se mais, excede-se constantemente a verdade. Por outro lado - e justamente a propósito desta caixa ou doutro objeto qualquer - sentir de novo aquela impressão de anteontem. Tenho de estar sempre pronto, senão mais uma vez ela me escaparia. É preciso não... coisa nenhuma, mas registar cuidadosamente e com minúcias extremas tudo o que acontece.
     Está claro que já não posso escrever nada com nitidez sobre aquelas histórias de sábado e de anteontem, já estou muito longe delas; tudo quanto posso dizer é que tanto num caso como no outro, não houve nada do que geralmente se chama de um acontecimento. Sábado, uns garotos estavam a atirar pedrinhas ao mar para as fazer saltar de ricochete, e pretendi atirar uma, como eles. Nesse momento detive-me, deixei cair a pedra e fui-me embora. Devia ir com uns ares de transviado, com certeza, porque os garotos desataram a rir, quando voltei as costas.
       Isto, quanto ao exterior. O que se passou em mim não deixou traços claros. Havia qualquer coisa que vi e que me repugnou, mas já não sei se estava a olhar para o mar ou para a pedra. A pedra era chata; dum lado estava inteiramente seca, húmida e enrolada de outro. Tinha-a agarrado pelas beiras, com os dedos muito afastados, para não me sujar.
      Anteontem, foi muito mais complicado. E tinha havido também uma série de coincidências, de equívocos, que não consigo explicar. Mas não vou perder tempo a confiar tudo isso ao papel. Enfim, é certo que tive medo ou qualquer sentimento desse gênero. Se ao menos soubesse do que tive medo, já seria um grande passo em frente. O que é curioso é que não estou disposto de modo algum a considerar-me louco. Vejo com evidência que não estou louco: estas mudanças ocorrem todas nos objetos. É disso, pelo menos, que queria ter a certeza.

Dez horas e meia

      Pode bem ser, afinal, que tenha sido uma pequena crise de loucura. Já não restam sinais dela. Os sentimentos esquisitos da semana passada parecem-se hoje bastante ridículos: não consigo revivê-los. Esta noite estou meio à vontade, meio burguêsmente instalado no mundo. Aqui é o meu quarto, virado para o nordeste. Lá em baixo, a Rua dos Mutilados e a estação nova, em construção. Vejo da janela, à esquina do Boulevard Victor-Noir, as luzes vermelhas e brancas do Rendez-vous dos Ferroviários. Chegou neste momento o comboio de Paris. As pessoas saem da estação saem da estação velha e disseminam-se pelas ruas. Ouço passos e vozes. Muitos esperam o último elétrico. Vão apinhar-se num grupinho triste à roda do candeeiro a gás, precisamente por  baixo da minha janela. Pois olhem, ainda têm de esperar alguns minutos: o elétrico não passa antes das dez e quarenta e cinco. Oxalá que não cheguem caixeiros viajantes esta noite: tenho tanta vontade de dormir e tanto sono atrasado. Uma noite bem dormida, uma só chegaria para me varrer da cabeça todas estas histórias.
        Onze menos um quarto: já não há que temer. Se tivesse vindo, já cá estavam. A não ser que seja o dia do sujeito de Ruão. Vem todas as semanas, reservam-lhe o quarto nº 2, no 1º andar, o que tem um bidé. Talvez venha ainda: às vezes vai beber  uma cerveja Rendez-vous dos Ferroviários antes de se deitar. Mas é pessoa que faz pouco barulho. É muito baixo e muito limpo, com bigode preto engraxado e chinó. Ele aí vem.
      Sim, senhor, quando o ouvi subir a escada, o coração deu-me um baque de contentamento, tão reconfortante era a sua chegada: de que há que ter receio num mundo tão regular? Creio que estou curado.
        E lá vem o elétrico da linha 7 (Matadouro-Docas Grandes). Chega com um grande ruído de ferros velhos. Põe-se outra vez em andamento carregado de malas e de crianças adormecidas; vai agora sumir-se no negrume de este, em direção das Docas Grandes e das fábricas. É o penúltimo elétrico. O último passa daqui a uma hora.
      Vou-me deitar. Estou curado, renuncio a escrever as minhas impressões dia a dia, como as rapariguinhas num lindo caderno novo.
           Num caso apenas poderia ser interessante fazer um diário: no caso de...
Jean-Paul Sartre.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Um convite inoportuno!



Um jovem,
desses que conhecemos em bares,
convidou-me para um sarau de poesias.
Ao que de pronto recusei:
“Não gosto dessas coisas;
Qualquer reunião intelectual que não misture bebida e cigarros,
não deve contar com a minha presença!”
Vai rolar vinho.
“Vinho? Isso é um sarau ou uma missa?
Você não está no Chile, meu jovem...
Vocês precisam, sim
beber Cachaça!
Eu não consigo ficar bêbado com vinhos desde os doze!”.
Me incomoda a quadrada forma como as poesias são recitadas...
Sempre igual!
Uma interpretação rasa,
Quase no ritmo duma  resa dominical!
Enfim, uma reza rasa,
sem cura, sem milagre.
“Por isso esses merdas bebem vinho
Já estão a um passo de beber vinagre”.

Ives Monteiro.

terça-feira, 1 de maio de 2012

“O Artista”, ou quando o silêncio brigou com o som


Tive o privilégio de assistir um dos melhores filmes da atualidade. Uma obra prima do diretor Michel Hazanavicius, com a atuação primorosa de Jean Dujardin, esse filme me encantou em tudo! Estava em cartas no Cine Olympia semana passada! Quem assitiu pode confirmar meu entusiasmo e aprovação... Este filme era tudo que o cinema atual estava precisando. Leia a seguir a crítica de Luiz Zanin, publicada no jornal O Estadão de 07 de fevereiro de 2012.


O Artista, ou quando o silêncio brigou com o som.


Claro que O Artista é um objeto estranho no mundo do cinema, Francês, celebra a época de ouro de Hollywood e, com seu subtexto e desfecho esperançosos, chega envolto numa aura inegável de nostalgia.
Por que o sentimento nostálgico às vezes triunfa, nas vidas individuais e também na esfera coletiva? Porque alguma coisa (ou muitas coisas) no presente não nos agradam e então preferimos nos refugiar no passado eleito em nossa fantasia como uma época de ouro perdida.
O Artista tem disso. Tem também algo mais, é verdade: instala-se naquela dobra da evolução do cinema que foi a difícil passagem do mudo para o sonoro. Etapa que destruiu muitas carreiras e enfrentou resistência em toda a parte – menos entre o público, que prontamente adotou o ‘cinema falado” (de que fala Noel Rosa no samba que leva esse nome). Um gênio como Chaplin postergou o que pôde o uso de diálogos em seus filmes. E incontáveis atores e diretores não se adaptaram e tiveram suas carreiras destruídas. Billy Wilder, outro estrangeiro, fez o melhor filme (sonoro) sobre a destruição de pessoas causada pelo cinema falado – crepúsculo dos Deuses, de 1950, com Gloria Swanson como protagonista e Buster Keaton fazendo uma ponta.
Michel Hazanavicius deve ter intuído que vivemos em uma época semelhante, embora aparentemente menos dramática. Tudo passa para o lado do digital, e o compartilhamento de arquivos, vulgo pirataria, ameaça o modelo de negócio com o qual os grandes estúdios se acostumaram. Astros de carne e osso temem ser substituídos por contrafações digitais, como o Gollun de O Senhor dos Anéis. A técnica de motion capture digitaliza os movimentos dos atores reais e os reprocessa em computador dando vida a protagonistas digitais, como em Tintim. Estamos na iminência de um mundo novo, que desagrada aos donos do mundo antigo e causa insegurança em muita gente. Quando o presente nos provoca calafrios regressamos ao passado, como a um simbólico útero materno.
Por isso, o protagonista de O Artista é um certo George Valentin (Jean Dujardin, extraordinário), grande astro do cinema mudo, que arranca suspiros das fãs. Uma dela é Peppy Miller (Bérénice Bejo, mulher de Hazanavicius0 que de fã se torna estrela e continua apaixonada pelo astro, logo em processo de decadência. Conhecem-se num momento divergente da vida dos dois – um está no topo e vai cair enquanto que a a outra sai do anonimato para a glória. No quadro de fundo, a passagem do sonoro para o falado, que se deu entre 1928 e o começo de 1930.
O charme do protagonista (mesmo caído em desgraça), o frescor da estrela, magnificado por uma brejeira pintinha artificial, ideia de seu infeliz pigmalião, o pragmatismo dos produtores, simbolizado por um John Goodman brilhante – tudo isso e mais um cãozinho elétrico e fiel são ingredientes que, bem trabalhados e mesclados fazem de O Artista um filme muito prazeroso. E que, claro, tem encantado plateias por onde passa e tornou-se o favorito ao Oscar com suas dez indicações. Terminamos de assisti-lo com inegável gosto e com uma também inevitável pergunta a martelar o cérebro: sim, mas e daí? 

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Hoje vamos de música!!!

Hoje resolvi não postar um poema ou pseudo conto para vocês, leitores assíduos do meu blog (se é que existe algum).... Pesquisei o texto que virá a seguir a respeito da brilhante banda Os Mutantes do site http://www.dana.com.br/ o qual, além de contar uma breve estória da carreira da banda, ainda vem com uma dica... Uma bela dica, diga-se de passagem, de um livro a respeito da trajetória de uma das bandas mais marcantes do rock brasileiro! Deleitem-se com a boa leitura...

A DIVINA COMÉDIA DOS MUTANTES

A banda que mudou a história do tropicalismo


Que os mutantes são uma banda muito importante na música brasileira, todo mundo sabe. Que na década de 60 foi meio maluca, também. O que a maioria das pessoas imagina sobre Rita Lee, Sérgio Dias e Arnaldo Baptista é o que está contido nas 358 páginas de “A Divina Comédia do Mutantes”, de Carlos Calado, que está na sua segunda edição.
O livro conta toda a história do trio, desde quando ainda não passavam de três fãs apaixonados pelas melodias de Lennon e McCartney. Nunca o Brasil tinha visto uma banda que ia muito além da música: eles eram imagem, cor, diversão. E mais, eram músicos de primeira pela qualidade de originalidade. Pode haver coisa melhor?
Carlos Calado preferiu usar a narrativa as avessas, começando pela tentativa de suicídio de Arnaldo em 1982, que deixou sequelas no Mutantes até hoje. Logo após, o livro revê toda a história do grupo, seu auge e decadência (a fase em que decidiram enveredar pelo rock progressivo), e um breve relato do que eles andam fazendo por hoje – dando destaque para a carreira solo de Rita Lee.
Vamos então, ao começo: Sérgio e Arnaldo tinham sido criados por pais extremamente liberais e ligados a música, de modo que os dois tiveram formação clássica. Apesar disso, a primeira banda que formaram com os amigos era de iê-iê-iê, os Wooden Faces. A beatlemania foi decisiva na vida dos Mutantes, já que foi a fixação pelo Fab Four que levou Rita a um show do Wooden Faces.
A amizade dos três logo virou musical, e surgia O Konjunto, que meses depois tornar-se-ia Os Mutantes (nome sugerido por Ronnie Von e prontamente aceito, já que Arnaldo e Rita eram malucos por ficção científica). Em 1966, Os Mutantes faziam sua primeira apresentação, exatamente na estreia do programa “O Pequeno Mundo de Ronnie Von”, da TV Record. Começava a revolução, porque aqueles garotos chamaram a atenção de outros programas e gravadoras.
E de Gilberto Gil, que os convidou pra gravar “Domingo no Parque”, e apresentar-se no festival da Record Rita ele de cara. Os meninos ficaram mais defensivos, já que o negócio eram rock and roll cantado me inglês. Mas eles gravaram a canção e começaram a chover convites para gravarem seu primeiro álbum. Em 1968, os Mutantes entraram em estúdio. Depois disso, o sucesso não tardou. Participações em filmes, comerciais, festivais, programas de tevê. A noiva grávida, a guitarra elétrica, o theremin, desfiles de moda mostrando seu figurino sempre extravagante. Vaias e resistência não faltaram. Arnaldo achava graça e dizia: “ninguém entende a gente e isso é ótimo”.
Os Mutantes deixaram um legado de cinco discos que até hoje soam atuais, e a maior prova disso é a paixão de muitos gringos, com Kurt Cobain e Sean Lennon, pelo trabalho do grupo. Quer incentivo maior do que esse para embarcar na história da banda mais psicodélica do Brasil?

Agora um estonteante, aterrador e magnífico vídeo da melhor banda de rock brasileiro de todos os tempos...


terça-feira, 24 de abril de 2012

Os olhos do garoto.


Seu olhos eram verdes, e dentro desse verde cor de oceano, eram negros como o breu... Os olhos do garoto que me consome, que me encanta e chega como uma fantasia de criança... sabes olhar como adulto, criança... que me alegra e me apetece a vida e a alma, com a simplicidade da vida infantil...
Esses teus olhos, garoto, ah como gosto de contemplar... acompanhados de um sorriso tímido e lindo, que só você, garoto, sabe dar... Esse ar de complacência que passamos um ao outro, na troca desses olhares absurdos e insanos, para as mentes mais perversas... inocente e ingênuo para nós, que encontramos o amor fraterno, o amor belo!
Gosto de te ver garoto, com esse olhar breve e longo, com esse ar feliz e contente, da juventude que te causa, a felicidade que te espera...
Acompanhados de mãos dadas, seja no rio, seja na praia, adoro ver-te me olhar, e me encantar com esses verdes olhos, que dentro são negros como o breu!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Conto de GARça!


Bela tarde de verão em uma praia hostil, onde poluição e beleza se encontram em perfeita desarmonia...
Aline estava preocupada. Suas primeiras férias sozinha! Estava com a certeza de que não encontraria nada nem ninguém interessante com quem pudesse compartilhar suas ideias mais mirabolantes, como fazer castelinhos de areia com trincheiras antibombas, ou se bronzear embaixo de um guarda-sol gigantesco usado um bloqueador solar de 60 FPS...
Aquela tarde estava especialmente quente!
Aline resolveu, então, puxar uma toalhinha da bolsa para poder enxugar o suor que lhe escorria aos olhos.
E eis que de repente, vê seus últimos $5,00 reis, transformados em Garça, a voar GRACIOSA ao encontro de suas irmãs que estavam se banhando no mar...
Aline, então, olhou para o horizonte praiano e após refletir sobre o universo e todas as implicações ( sorte ou falta dela) que essa vida meio sem sentido se apresenta, disse:
FILHA DA PUTA!
Fim!